Momento de desemprego para muitos, pandemia da COVID-19 também abre vagas. ‘Sinto-me muito valorizado’, conta um dos novos contratados

‘Era um sonho conseguir trabalhar na minha área e em uma empresa que admiro muito, porque respeita os profissionais”
Adriana Freitas de Souza, enfermeira
A pandemia da COVID-19 provocou a paralisação de diversas atividades econômicas e causou o desemprego de muita gente. Mas há quem esteja na contramão dessa tendência e renovou as esperanças em momento tão difícil, justamente por ter conseguido uma nova ocupação.
É o caso da enfermeira Adriana Freitas de Souza, de 38 anos. Depois de quatro anos atuando de forma autônoma e em trabalhos temporários, ela finalmente realizou o sonho de ter carteira assinada, em decorrência da crise causada pelo novo coronavírus.
“Confesso que fiquei surpresa em ser contratada, pois muitos foram afastados pela pandemia e eu efetivada. Espero muito continuar quando passar o período de experiência, pois ter carteira assinada é melhor tanto em termos de segurança quanto na questão salarial”, afirma ela, que coleta material e realiza exames em domicílio para o laboratório Hermes Pardini, um dos maiores do Brasil. “Era um sonho conseguir trabalhar na minha área e em uma empresa que admiro muito, porque respeita os profissionais.”
Prestando serviço desde 14 de março, ela chegou a temer não dar continuidade ao trabalho. Mas acabou contratada em 8 de abril, em meio ao isolamento social e restrições à circulação. Agora, vive a expectativa de ser mantida quando passarem os três meses de experiência “Quero continuar estudando, fazendo cursos, me atualizando. E ser contratada era o que eu precisava para fazer isso.”
Se é natural que empresas de saúde contratem durante a pandemia em virtude do aumento da demanda, em outros setores nem tanto. Mas nem por isso estão deixando de aumentar seus quadros de trabalho. O publicitário Marcelo Ferreira Batituci, de 41, por exemplo, chegou a temer ter de recorrer ao seguro-desemprego depois de perder o emprego em fevereiro e ver a pandemia ser decretada pela Organização Mundial da Saúde. Porém, acabou aprovado em processo seletivo do Banco Mercantil do Brasil, onde começou a trabalhar na semana passada.
“Você vê tanta gente perdendo o emprego e, olha, posso dizer que me sinto privilegiado. Tenho absoluta consciência disso. Muitos amigos empresários demitindo, todos muito tristes com a situação, é por falta de alternativa mesmo. Então, não tem outra palavra: privilégio”, comenta ele, que atuava em outra instituição financeira e agora, como muitos profissionais, está em sistema de trabalho remoto, em casa.
Ter nova oportunidade em meio a uma situação tão caótica dá dose extra de motivação ao publicitário. Afinal, como todas as empresas, o banco está tendo de rever todos os processos de trabalho e, principalmente, de ser muito claro na comunicação com os clientes e parceiros em um momento de temor geral.
“Fiquei até mais entusiasmado do que se não estivéssemos em meio à pandemia. A demonstração do valor que a empresa viu em você sobe de patamar, pois não é todo mundo que está contratando neste período, ao contrário. Há urgência de você estar lá e isso aumenta a responsabilidade, mas também o desejo de corresponder”, diz Batituci, que calcula em quatro vezes o aumento na quantidade de informação que tem de dar à sociedade. “Há uma insegurança muito grande, principalmente para uma instituição financeira. É preciso manter o contato, inclusive com parceiros, comunicando de forma segura e coesa.”

‘Você vê tanta gente perdendo o emprego e, olha, posso dizer que me sinto privilegiado. Tenho absoluta consciência disso”
Marcelo Ferreira Batituci, publicitário
NO INTERIOR Os exemplos não vêm só da capital. No interior de Minas também há quem comemore um novo trabalho depois de período desempregado. Caso de Daniel Cândido Guimarães, de 40. Depois de passar os quatro primeiros meses do ano sem ocupação, foi contratado como auxiliar de produção pela Farmax, que fabrica itens como acetona, soro fisiológico, álcool em gel, bicarbonato e sabonetes.
Ele começou a trabalhar em 2 de abril e não esconde a alegria. “Acho que sou o cara mais feliz do mundo agora. Sinto-me muito valorizado em um momento tão difícil para todos”, afirma. Isso é realçado, segundo ele, pelas condições de trabalho que recebeu e também pelo que ajuda a produzir. “São produtos que vão para dentro da casa das pessoas e que podem ajudar a melhorar ou até salvar vidas”, afirma Daniel, referindo-se às recomendações das autoridades para se redobrarem os cuidados com a higiene nesta época de pandemia.

‘Foi bacana ver a empresa ir por um caminho diferente, se estruturando ainda mais, tendo a visão de que é preciso investir. Isso me motivou ainda mais”
Luciano Auto, diretor comercial
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